Wednesday, October 11, 2006

A noite chega trazendo consigo
Escuridão equivalente a que em mim
Existe. Hoje sou breu, não dou abrigo
Para nada alem de um copo de gim.

Na angustia de esquecer me embriago,
Buscando luz p'ro caminho em que sigo,
Porem só encontro dor e assim vago
Sozinha. Estou perdida comigo.

Ah, Noite, minha amiga, traz o fim
Desta tristeza, dá-me um doce afago,
Acalenta-me, dorme cá comigo.

Já não suporto mais viver assim,
Leva-me as profundezas de teu lago,
Tira-me desta vida de castigo.


poema de Maira Freire - sem título

Tuesday, August 08, 2006

Letras Amigas

O Novo Homem

Quando as marés alteram seu fluxo
E de viéis o globo entorna em seu eixo
E as estações oscilam seu pulso
E as migrações invertem seu curso
Cenários em mutação pasto pra outra gente
A próxima geração traz em seu ventre
Na dor de cada parto a morte é a semente
Presente em cada ato do átomo à mente
Onde fica o chão se o céu desabar
Como fixa a direção se muda a estrela polar
Eis o novo homem
Lê em seu rosto o nome
Vê que belo ente
Seminal, diferente
O alvorecer sobre novas paisagens
Banha agora o ser de outra linhagem...

letra de Bal.Rama em seu projeto solo, sobre a chegada da na nova raça humana, a transição do planeta e o destino da nossa raça... Evolução, viva sir Wallace sem desmerecer Darwin...

Thursday, August 03, 2006

poetas amigos

Aquela manhã
Na cidade
Todos despertaram
Com açucar
Nos Lábios
mas somente
Perceberam
Os que se beijaram.

Arthur Vinicius (sem título) de seu panfleto "Os mais frescos e Perfumados Poemas...".

Em qual detalhe eu me prendi
Que me retalho qual pano
Como um olhar vazio?
Onde dormi buscando a fúria
Querendo fogo num encontro de almas
Num balé suave ao redor do ninho?
Dando-nos as asas e os vôos
Em conjunto nessa terra árida
Nessa paisagem mutante de estruturas estáticas
Nesse deslizar do rio...
Criamos a nossa dança a dois
Para amenizar as feridas dos pés
Para celebrar uma pétala que nos complete
Um fio de oliva.
E navego por essa pele tomada de zelo
Por esse apelo lírico que ferve na boca
Por esse ser, em criação, prenunciando o futuro.
Por minha mulher
Que amo além das linhas do mundo
Que observo nua como minha poesia viva
Que toco com os dedos
Onde me sinto um
Onde construo numa nova estrada:
Uma nova arte...

poema de Pedro Henrique Samoza (sem título), veja em links sua página


lapa de baixo
feia que dói
coitada

sob chuva miúda
cachorro dorme na porta do boteco
com o focinho entre as patas

passante franze a testa
imaginando ao atravessar a rua
um muxoxo no rosto do enforcado

a luz branca
a tudo corrói


Escrito por Danilo Monteiro (sem título), sobre a Lapa paulistana e suas cores. Nos links, encontrarás o caminho para o blog do Danilo. Boa viagem...

os pensaventos

Figueira (e a verdade...)


A arvore frondosa seca.
Sêca em frutos; e
Homens abruptos
A sombra cerca.

No deserto caminha
Não o sonho,
Mas a verdade.
Branca túnica
Na branca tempestade.

Ilusão é a luz
Do deserto;
De certo, sou mais
Um ao vento;

Outro peregrino
Nas areias rotas
Do pensamento...
Loopbix, em mais uma série cristianismo primitivo - o 'Homem' não como divino e sobrenatural, mas como objetivo e destino na evolução da humanidade e dos cosmos... Um dia todos alcançaremos a verdade e seremos livres dos dogmas!
O céu ardia...


Fogo!
O céu ardia dentro da cabeça.
Repara esse céu vivo.
Os dias, um vão e vêm,
Envolvidos em paz mesmo
Na trampolina.
Sonho com louças e canhões...

Entretanto,
O céu dizia dentro da cabeça:
“Arquiteto desenha com números”.
Então, decorei com incenso e flores
As úmbrias.

O sol pousa. Suavemente
Aqueço da primavera
Este feixe de ossos.

Sonho com o troféu e as coleções,
Louças finas da China.
No oriente
Tem no chá
Métodos de adivinhações.
No pôr-do-sol traduz a borra.
És lindo, arrebol!

Sabes então porque
Leio livros sem capa.
A viagem começa.
Decifro as cartas,
As rotas…
Tento novas palavras.
Água fria e cascatas.
Encha a casa de salmões,
De aves, de silêncio;
A alegria é tua e não...

Não vês que vivo esse céu.

Dentro da cabeça ardia
O céu
Seu...

...Em meu
Fogo!
Loopbix, poesia de 2000-2002
Ciências.

Amanhã
Algum
Abandonará
Esses mundos
De seres...
Desde os
Rituais
Canibalísticos
De símios
Pré-históricos
Devoradores de
Cérebros,
Uma sã
Consciência
Proclamava
Futuro.
Estamos
Em evolução?
-Claro!
Ecossistemas
Abalados.
Transformação
Planetária.
Mas,
Esta
Realidade
De novas
Energias
Será
Vital;
Carros
Movidos à luz.
Casas
Com energia
Solar.
A
Ciência,
Viva
A
Ciência e
Seus
Homens,
Intrépidos
Viajantes
No
Tempo-espaço,
D’outras galáxias.
Somos os outros habitantes
Nestes corpos...
Loopbix, sobre novo tratado ufológico...

Wednesday, August 02, 2006

Poemas e Facetas

pagina para poesias, letras, e outras palavras...
envie a sua e faça parte da Poemix da OnabiX60...


Parque

O sol estendeu seus longos braços
Sobre o jardim.
Entre esses tantos feixes de ossos
Pousa, aquece. Ao redor de um dia assim…
Arvores sombreiam. O aroma permeia
Esculturas eternas em formas serafins...
O vereador discursou. Inaugura outra estátua.
Do coreto a ‘marcha’ range os dentes
Das teclas de marfim:
Pretas, brancas. Preto-no-branco;
Amarga a sinfonia em danças sobre
Os patins…
Peixes. Peixes na lagoa devoram insetos;
O vereador devora letras. Suas palavras
Fisgaram outro voto.
…é outro novembro amor, o mar está pra peixe...
Mc loopbix (2006-junho) inspirado nos homens-estátuas
A sexta

Alvorece em novas paisagens.
Banha-se o ser de outra linhagem,
Um rubor de sol propõe igualdades...
Fruto de um frágil grão na tempestade.
Novos pastos despontam com as placas.
Cada passo desse ser molda a nova raça.

Onde fica o chão, enquanto o céu desaba?
Onde fica o chão, enquanto o céu desaba?
Onde fica o céu, enquanto o chão desaba?

Quando as marés inverterem o seu fluxo,
Quando de revés o orbe oscila em seu eixo,
Quando as estações mudarem seu pulso,
Quando as migrações alterarem seu curso...
E a estrela polar se desloca para o sul...
Eis aqui, o novo homem...
Um novo homem, um novo homem...
E
O homem novo propõe o incomum...
Qual seria o seu novo nome?!

Versão Onabix60 para a letra de Bal.rama para a nova raça...
Bal rama, comenta o show do Centro Cultural.

Centro Cultural Vergueiro,15 de Junho de 2006.

"A pira batismal estava acesa e a ela os anjos lançavam chispas e sopravam cânticos plenos em glória!"
Calma! ... não estou me referindo a nenhum antigo rito pagão , apenas valorizando um momento no tempo com um pouco de drama atemporal, como toda boa poesia tem de ser.
Com apenas sete ensaios no formato de quarteto , recursos tecnológicos recém explorados e uma única apresentação anterior, só nos restava catalizar toda a energia disponível, reunir toda a coragem possível e dar as caras para bater. E haja caras...
Quase duzentas pessoas compareceram entre convidados, passantes e curiosos. Excelente número para um feriado de Quinta-Feira. Para quem duvidasse que esse momento pudesse chegar tão inesperadamente rápido, anterior mesmo à qualquer expectativa prévia, foi um susto e tanto!
Mas é hora do show e Onabix60 com seu "necessário incômodo do cenario " ganha a platéia com sua performance multimídia, uma salutar mistura de dança, mímica, jogos de máscaras, poesia, loops, samples, synths, efeitos e guitarras. O autor do projeto, Bira, nosso anfitrião nessa noite, e seus companheiros de palco mostraram a que vieram. Bravo! Era nossa vez.
O set list foi o mesmo do 'Sattva' (o bar-restaurante) com excessão de 'Navegantes' que foi excluída por falta de tempo, a apresentação da Onabix60 ocorreu um pouco além do programado. Tivemos alguns problemas com a primeira guitarra porque o amplificador disponível não timbrava com "overdrive" usado e o resultado foi um sofrível som rachado quando se pisava no pedal. E segundo algumas testemunhas também houve momentos em que o baixo era inaudível. Bem, eu mesmo às vezes tinha dificuldade para me ouvir. Mas no geral, a apresentação não chegou a ser prejudicada por alguns detalhes como esse, a voz estava perfeitamente destacada no P.A. e monitores, tanto que as pessoas vinham fazer comentários sobre as letras depois da apresentação!
E somos gratos à todos por seus comentários, sugestões, elogios e críticas. E também ao nosso "mentor" Walter Antunes que nos agendou esse evento.
Foi nosso batismo de fogo e continuamos acesos e querendo mais! Um abraço e até a proxima amigos!
Nota do editor: Bal participa da Onabix60 e é sócio-fundador da Rama, sua banda de anos...

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